Campanha eleitoral em 1974
Dez
Teses sobre a Conjuntura Política
Tese 1. Terminou o segundo turno. Bolsonaro é um dos derrotados
nessas eleições municipais. A tendência para o Centro ganha força no
eleitorado.
Tese 2. Hoje há uma tendência a configuração de uma verdadeira disputa
entre o Centro (diversificado entre normativos democráticos, um campo liberal
financeiro e outro liberal social) e um Centro Conservador (diversificado entre
centro pragmático, conservadorismo de costumes e neoliberais). São dois
“campos” disputando o Centro político.
Tese 3. Os discursos de extremismo tanto com roupagem de Direita
e/ou de Esquerda, na verdade, são expressões do mal-estar da sociedade
brasileira que não se encaixa nessa tendência predominante de Centro que é
vinculada ao sistema político institucional. Esses extremistas seriam os anti-institucionalidade.
Tese 4. A ausência de um debate político programático diante da
crise, incluso o do mundo universitário em formular uma opinião para a
sociedade, o que se torna uma tendência alarmante. A universidade de espaço do
debate plural se transforma numa “terra rasa” de Inquisições e/ou de
Performances. Não se preocupa mais com a opinião democrática, mas com a
lacração com certificados.
Tese 5. Se o ensino superior atingiu esses níveis de distanciamento
do compromisso histórico com a modernidade apostando numa pós-modernidade, o
nível básico de ensino está entregue as velhas lutas corporativas e enquanto os
analfabetismos avançam, incluso o funcional, diante do uso excessivo das telas que
pouco ou nada informam. Sem ler o mundo e ter uma visão mais abstrata da
sociedade, a juventude está deixada ao reboque das posturas políticas disfuncionais.
Tese 6. Análises de que haja um “pobre de Direita” é uma nova
roupagem da frase de que o “pobre não sabe votar”. Na verdade, se foge de um
balanço político sobre os anos de governos feitos sob a égide da moderação.
Desde a primeira aliança vitoriosa PT-PL e coligados em 2002. Logo, não houve a
postura de se empenhar no aprimoramento das instituições políticas democráticas,
pois seu principal instrumento foi esvaziado: o partido político.
Tese 7. As pautas liberais de interesse de reconhecimento social
no mercado não dialogaram com as instituições políticas pois elas foram
apresentadas como herdeiras do “atraso político”. Essa dinâmica ajudou na
construção da interpretação anti-institucionalidade que foi capturado pelos
extremistas.
Tese 8. Na dinâmica de se tornar cada vez mais flexível ao mundo
social, o empreendedorismo é a nova realidade da “revolução dos interesses”. O
Estado é o principal responsável pelos problemas da sociedade e nada de se
apresentar uma solução democrática. O analfabetismo funcional vai formar que
sociedade empreendedora? Esse tipo de discurso sem a questão democrática poderá
criar os “campos de concentração” de trabalhadores domésticos. A orientalização
de nossa sociedade pelo atalho do americanismo pode inibir a qualidade de nossa
democracia.
Tese 9. A Constituição de 1988 ainda vive, mas até quando essa
sociedade doutrinada para servir ao mercado pelos meios de comunicação e os
Influencers vai suportar isso? Logo, a Frente Democrática é necessária hoje
para um novo embate. Não é contra Bolsonaro e o bolsonarismo, mas o grande
problema está nas forças do liberalismo malcompreendido enraizado na mente
individualista.
Tese 10. Portanto, as forças políticas do campo democrático
devem se reunir numa ampla Conferência Nacional para debater os próximos passos
sem ficar refém dos calendários eleitorais. A tarefa é complexa pois o Governo
da Frente Democrática não se fez bem como ainda não se fez o Ministério de
Frente Democrática, pois se perdeu nas demandas da revolução dos interesses.
Contudo, não é a Esquerda que está sem rumo. A Democracia que está à procura de
um pouco de ar para respirar no Brasil.
27
de outubro de 2024
Assina esse documento o “Caminho Democrático” integrado por militantes políticos sem assento nas direções partidárias ou sem filiação as mesmas.
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