quarta-feira, 30 de maio de 2012

GREVE DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Estudantes aprovam Greve Estudantil na UFRJ

Para uma Perspectiva Democrática na Greve das Universidades
Por Vagner Gomes de Souza
Filiado ao SEPE-RJ faz parte da CHAPA 3 – EDUCAÇÃO (as opiniões expressas nesse artigo são individuais)
A Greve nas Instituições de Ensino Superior se estenderam por todo país no mês de maio com poucas notícias na imprensa que continua “fiel” a tentativa de reedição de um “novo” Presidencialismo de Coalizão com o Governo Dilma. No entanto, Dilma não apresenta um trânsito no sindicalismo em geral e muito menos entre o setor público. A atual onda grevista nas Universidades Federais desmonta a “propaganda governista” de mundo perfeito no ensino público superior, o que demonstra o quanto o Ex-Ministro de Educação (Pré-candidato a Prefeito de São Paulo) foi apenas uma “sombra” diante dos índices de popularidade do “lulismo”. Não houve nada que além de novos cursos nas Universidade abertos com Professores Substitutos e sem muita estrutura para garantir ensino, pesquisa e extensão. A Greve expõe uma verdade de unidades universitárias sem recursos diante de uma sociedade plural que ampliou seu acesso a mesma.
Imensos contingentes de estudantes universitários ganharam acesso as Universidades Públicas. Isso é inquestionável, porém elas apresentam uma qualidade muito inferior ao que apresentavam há duas décadas. As Universidades foram abertas como uma resposta de igualitarismo social sem uma valorização da dimensão do processo republicano. Agora, os novos sujeitos juvenis que chegaram até elas se deparam com a ameaça de um Ensino Médio de Terceiro Grau se não houver maior atenção para investimentos nos Laboratórios Universitários, nos Hospitais Universitários, na modernização e informatização das Bibliotecas Universitárias, etc. A Universidade Pública gradualmente se transforma em mais anos de estudo de um mesmo ensino deficiente se não houver imediata reação das forças progressistas. Diga-se de passagem, o discurso ufanista do Governo Federal com gastos empenhados nas Bolsas de Alunos no PROUNI que “salva” algumas Universidades Particulares da falência sem uma atenção para a ampliação dos gastos nas Públicas. Trata-se de um dos efeitos da opção pela atenção do social colocando a Universidade como “Fábrica do Debate Plural” em segundo plano, pois nela estaria possíveis vertentes mais dinâmicas da construção de nossa democracia.
Momentos de Greve que questionam essa opção pelo social sem vínculos com o fortalecimento da aproximação da sociedade com a Universidade pelo caminho da democracia. Paradoxalmente a Greve está sob o comando de setores docentes que desprezam a democracia como terreno dos sujeitos e alimentam dogmas já superados pela sociedade que ingressa na Universidade. As paralisações ocorrem parcialmente nas unidades Universitárias diante da diversificação da Carreira Docente (Efetivos e Substitutos/Contratados) e da capacidade de cooptação das direções Universitárias ocupada por ex-dirigentes do sindicalismo docente. Enfrentar essa nova realidade com a velha receita do “grevismo prolongado” não contribuirá para as novas perspectivas de democracia nas Universidades Brasileiras. A cultura da pressão democrática deve combinar a Greve como uma das alternativas a mobilização uma vez que as longas greves do passado foram numa outra conjuntura sobre a oferta de emprego para o jovem. Assim, a juventude universitária não pode ser “elo de transmissão” de slogans do passado. Esse é o momento de levar a juventude universitária um discurso mais coerente com sua formação pluralista que só se resolve através de maior exercício da democracia. Lindas são as fotos da volta das assembleias estudantis lotadas. Mais belos serão os momentos em que o “assembleísmo estudantil” seja ampliado por plesbicitos em cada curso para deliberar temas como Greves Estudantis ou no momento em que a União Nacional dos Estudantes (UNE) seja finalmente declarada como superada politicamente diante dos novos tempos permitindo o pluralismo de novas organizações estudantis e/ou juvenis nas Universidades.

sábado, 5 de maio de 2012

ESTADO LAICO EM DEBATE


O Pastor, os Gays e o Juiz
Por Jessica Ladislau

Curiosamente, passando os canais, me deparei na manhã de hoje com o “raivoso” do Silas Malafaia se gloriando das conquistas em seus projetos e DEBOCHANDO da sentença do juiz federal da 24ª Vara Cível de SP.
Para quem não sabe, na Parada Gay de São Paulo foram colocadas imagens de santos católicos em posições homoafetivas, como uma infeliz forma de protesto. Obvio que esse Senhor iria se manifestar no “programinha” dele, e não fez por menos, usou todas as expressões que ele bem entendeu.
Posteriormente, os homossexuais entraram com uma a ação judicial contra o Malafaia e as coisas que ele disse na Bandeirantes. Acabou que por fim, o Juiz decidiu que as expressões “baixar o porrete” e “entrar de pau” NÃO são preconceituosas! E não satisfeito, redigiu uma sentença dando um puxão de orelha nos homossexuais, passando a mão na cabeça do “pobrezinho” do Pastor Silas Malafaia, pois é perseguido injustamente pela minoria, que dó né? Lamentavelmente, o programa de Silas Malafaia vem a público na semana em que um “extremista” Pastor norte-americano queimou um exemplar do Alcorão em exibição pela Internet. Tempos de crescimento eleitoral da extrema-direita europeia não são apropriados a isso.
Nós questionamos, os homossexuais agiram certo em usar imagens católicas como os santos gays? O Pastor Malafaia agiu certo em atacar dessa forma? O juiz agiu certo na sentença?
Em nossa opinião, todos agiram de forma equivocada, porque essa polarização entre direitos civis e religião já está passando dos limites. Os direitos estão expressos na Constituição de 1988 e é isso que tem que ser levado em consideração em nosso Estado Laico. Não o que está na Bíblia ou na postura “extremista” desse Pastor Silas Malafaia ou outros!
Por isso questiono a “Parada Gay” como forma de manifestação política. Trata-se de uma pedra no caminho dos homossexuais que lutam por direitos iguais! Ninguém vai pra Parada protestar. A maioria vai para beber e “pegar geral”! Dando espaço para os preconceituosos e conservadores nos chamarem de promíscuos e tudo mais.
Enfim, mais uma infeliz briga judicial. O Pastor Silas saiu como o certo, para quem tem “mente pequena” isso poderá servir de impulso pra agredir os homossexuais como ocorrem em muitas grandes cidades por incentivo de grupos neonazistas. Os homossexuais saíram como os ridículos: sem força para falar. E esse Juiz ,na nossa opinião, não agiu com impessoalidade!
Dia 15 vai vir mais uma luta pela aprovação da PL 122, esperamos que esse episódio não interfira no resultado. Chega dessa postura medieval! Já passou dos limites! Religião e ciência nem sempre caminham unidas como nos tempos do anúncio de que a Terra era redonda. Religião e Direito NUNCA vão andar ao lado em Estados Laicos!
O que importa, é que o Direito de um termina onde começa o do outro!

Em 05 de maio de 2012.