sábado, 31 de agosto de 2013

ELEIÇÕES RIO DE JANEIRO

Pesquisa DATAFOLHA (Junho 2013) que poderia ser comparada com a GERP citada por DEMOCRACIA e SOCIALISMO
 
Dialogando com o BLOG DEMOCRACIA E SOCIALISMO
Por Vagner Gomes de Souza
(Coordenador Político da Frente Popular Amigos da Zona Oeste – FREPAZO)
 
O artigo “Jandira, Governadora do Rio de Janeiro” de Adelson Vidal Alves foi postado no dia 29 de agosto no BLOG DEMOCRACIA E SOCIALISMO (http://democraciaesocialismo.blogspot.com.br/2013/08/jandira-governadora-do-rio.html). Trata-se de uma instigante análise de conjuntura estadual que abre a oportunidade para o debate das próximas eleições estaduais a partir da avaliação da pré-candidatura da Deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB).
A análise da conjuntura estadual é um desafio que VOTO POSITIVO reconhece e assume num diálogo com o artigo citado acima. Em primeiro lugar, avaliamos que muitos fatores vão influenciar as eleições de 2014 que ainda estão em curso. Comecemos pelas eleições presidenciais que não temos ainda o quadro definido nem para as forças governistas (Fica Dilma X Volta Lula) ou na oposição (sai a REDE SUSTENTABILIDADE?, Serra se candidatará pelo PPS? , Eduardo Campos (PSB) será mesmo candidato?). Há muitas dúvidas que vão ainda impactar na organização do Palanque Estadual. Portanto, não esqueçamos que o PCdoB será “fiador” de uma aliança histórica com o PT nacional desde as eleições de 1989, o que sugere para onde o PT nacional rumar o PCdoB local levará seus dirigentes e militantes.
No momento, o Bloco Governista Fluminense passa por uma série crise. Isso não implica que ele está “fora do jogo”. Por dois fatores: 1) o artigo não avalia a hipótese de afastamento por renúncia do atual Governador em janeiro próximo o que permitirá a melhor articulação do Vice-Governador na reformulação de sua base política (“mudar para conservar” com a máquina pública mais presente no processo político ainda mais costurando apoio no interior onde diversos Prefeitos está receosos de perdas de mandato pelo TRE como cita o articulista de DEMOCRACIA  E SOCIALISMO); 2) a realização da Copa do Mundo é um fator de Antropologia Política que não foi ainda dimensionado pelos analistas políticos. Para o bem ou para o mal. Romário está no “banco de reserva” da política estadual aguardando convocação e poderia ser um “outsider” emergente das ruas e das periferias. O “lulismo” na expressão Bonapartista.
No Rio de Janeiro, apesar da crise política, não há um novo bloco de forças progressistas se articulando. Esse é o desejo que verificamos e compartilhamos em DEMOCRACIA E SOCIALISMO, porém o sábio Garrincha perguntava: “foi combinado com os Russos?”.  Nesse particular, nomeamos o PSOL que tem ocupado espaços de um eleitor de  “centro-esquerda” e até faixas eleitorais de conservadores defensores da “ética na política” mas não apresentam um programa político mais claro de aliança democrática. Uma vez que, a apresentação desse programa seria a fragmentação dessa organização política.
PDT, PPS, PSB estranhamente ou justificadamente (cabe aos seus Diretórios Regionais responderem) são abordados pela imprensa fluminense como defensores dos cálculos políticos de seus principais dirigentes locais. Engatinham no debate da sucessão, mas estão atônicos com as mobilizações das ruas que se fazem distantes dos movimentos sociais que alguns militantes desses partidos ainda têm referência. São agremiações políticas que se afastaram da juventude por priorizarem “fazer Deputado Federal” e apresentam sérias dificuldades de se abrirem e conduzirem os anseios surgidos após as Jornadas de Junho.
Portanto, o elemento novo ainda estaria na candidatura própria do PT que poderia ser o “calcanhar de Aquiles” da coalizão PT-PMDB nacional. DEMOCRACIA E SOCIALISMO abordou de forma “tímida” essa luta interna do PT-RJ. A trajetória política do Pré-candidato do PT do RJ é um exemplo de quadro político que transitou do “partido da Ação” para o “partido da Moderação”, o que pode dar outra dinâmica ao debate de um Programa de Transição para o Rio de Janeiro que precisa de mais articulação entre Governo e Sociedade reforçando as instituições de consulta da população que surgiram com a Constituição de 1988. Além disso, há o elemento do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Constituição Estadual do Rio de Janeiro que não foi plenamente colocada em prática. E consideramos importante o resgate de um Orçamento Participativo estadual no Rio de Janeiro como forma de enfraquecer as forças políticas do clientelismo estadual.


domingo, 25 de agosto de 2013

GREVE NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - RJ


Histórica Audiência do SEPE com um Prefeito

A Metamorfose Ambulante da Greve na Rede Municipal de Educação Carioca

Por Vagner Gomes de Souza – Escola Municipal Charles Dickens

As mobilizações de junho empreendeu um novo gás as sujeitos da sociedade. No primeiro momento uma multiplicidade de reivindicações foram transbordadas nas ruas e levantadas por diversos segmentos sociais e vertentes políticas. Os campos políticos extremos Esquerda e Direita voltaram a cena das análises dos colunistas políticos e cientistas sociais num quadro de “raquitismo” da política. Entre os diversos questionamentos das manifestações estavam a ausência de um “padrão FIFA” para a Educação brasileira.
No Rio de Janeiro, a luta política se avolumou e recebeu uma nova dinâmica com as multidões que acolheram a Jornada Mundial da Juventude em julho. Uma cidade onde há um histórico de conflitos sociais sem luta de classes que marca a história local desde sempre em diversos exemplos (Revolta da Vacina, Revolta de Chibata, Revolta do Forte de Copacabana, Insurreição de 1935, Revolta dos Bondes em 1956, etc.). Os pronunciamentos do Papa Francisco sobre temas de um olhar mais humano para o capitalismo é outro elemento que sensibilizou a todos independente de vínculos religiosos.
Muitos anteciparam o esgotamento das manifestações, porém não perceberam que elas estão em metamorfose ambulante nas diversas mobilizações que ocorrem na sociedade brasileira. Todas convergem para um mesmo caminho que não implicará em rupturas ou retrocessos. E a Educação Pública? Na questão nacional, ela apareceu na pauta da aplicação dos Royalties do Petróleo e nas tentativas de aprovação do novo Plano Nacional de Educação. Uma continua revolução/restauração no processo em curso sobre as mudanças na Educação que passará por uma reinterpretação do Profissional de Educação como Intelectual “fordizado”.
 
 
Nessa correlação, a greve dos profissionais da educação do município do Rio de Janeiro é um momento de revelação de como o transformismo se faz presente. A rede municipal de educação do Rio de Janeiro não estava em Greve há cerca de duas décadas. Muitos analistas defendiam que era uma categoria profissional majoritariamente em estágio de conformismo. Seguidas orientações pedagógicas foram implementadas de forma centralizadora ao ponto de reduzirem ao extremo a autonomia pedagógica das unidades escolares, mas a categoria estava sob o peso do “Partido da Moderação” uma vez que atuava na Rede Estadual de Educação como o “Partido da Ação”. Em resumo, esse seria o estranho modus operandus de um setor dos servidores públicos em suas recentes mobilizações.
Contudo, o novo momento da rede municipal de educação, em greve desde 8 de agosto, é de plena metamorfose diante do silenciosos momentos de adaptabilidade com o que foi o “cesarismo” (implementado desde 1992) e de adesismo ao discurso fácil do pós-cesarismo. Há um momento de reorganização da base da categoria que cria contradições tanto o Governo Municipal quanto nas correntes majoritárias do Sindicato. Entretanto, diante de uma proposta de “acordo”, seria o momento de refletir para o longo curso de uma mobilização que não se limita em parar as atividades. Há muitas coisas ainda por ganhar num processo de longa duração. Essa é a realidade ao compreender que devemos saber mediar nossos interesses, pois há outros sujeitos em jogo. Por isso, não devemos trilhar pelo sectarismo que desgastará nossas forças. A queda da popularidade do Governo Municipal já está em reversão a medida que o mesmo se distancia de seu “padrinho” no Governo Estadual. Trata-se de ter a astúcia de dar um passo atrás para dar dois passos adiante. Se for verdade que estamos reaprendendo a fazer uma Greve. Devemos começar a aprender a sair dela forte para sempre tê-la como um forte dispositivo de pressão.