Donald
Trump e a ascensão Jedi
Vagner Gomes de
Souza[1]
Muitas opiniões que se
atribuem a uma análise política disfarçam o desconhecimento ou até mesmo como
funciona o sistema representativo da política. O anseio de uma vontade geral
predominante que muito encantou Rousseau e que muito foi temido por Alexis de Tocqueville
ainda estão presentes nesse mundo da política contemporânea. Afinal a política
enfrenta a seus dois caminhos entre o imaginário e a realidade. A sombra
obscura e a luz do universo Jedi nos tempos em que emergiu a Nova República
sobre os escombros do Império conforme se observa na série Ahsoka. A cavaleira
Jedi em sua luta contra o resgate do Grande Almirante Imperial Thrawn é nossa
indicação para aqueles que desejam compreender como o multiculturalismo faz
parte do mundo político da igualdade pela via do americanismo.
A candidatura a
reeleição de Joe Biden virou passado em uma semana em que os ventos franceses
do mudar para conservar se fez presente na escolha do nova presidência da
Assemblia Nacional que deu continuidade a uma mulher do centrismo de Macron. O
centrismo é um bom legado do equilíbrio da força democrática e ainda mais se
for pelo discurso das mulheres. Todo esse progressismo liberal para fazer
frente aos rotineiros e desvairados momentos Trump de ser como em seu breve
comentário sobre a desistência de Biden. O ex-presidente assim se manifestou: “Joe
Biden não estava apto a concorrer à presidência e certamente não está apto para
servir – e nunca esteve! Ele só alcançou a posição de presidente por mentiras,
fake News, e por não sair de seu porão...(...)”
Esse primeira parte
demonstra a mais completa vocação de nada se debater sobre um programa pois se
alimenta do fragilidade da saúde do oponente e não faz listagem sobre as
mentiras e esse “porão”. Trump tira sua túnica de moderação diante de um novo
fato político que pode lhe custar a derrota eleitoral e política uma vez que até
a escolha de seu companheiro de chapa era uma tentativa de sinalização para uma
base eleitoral dos independentes. Continua o candidato oficial republicano: “(...)Todos
ao seu redor, incluindo seu médico e a mídia, sabiam que ele não era capaz de
ser presidente, e ele não foi...(...)”. As palavras opostas a Fake News para em
seguida alimentar uma “teoria conspiratória”. Um profissional da saúde colocado
na “berlinda” por um ex-presidente com milhões de seguidores em seu perfil nas
redes sociais e a mídia apresentada como uma inimiga apesar da simpatia que o
mesmo tem da grande rede Fox. Lembremos das mensagens que circulavam nas redes
sociais em 2023 sobre o “sósia do Lula” pois o mesmo teria falecido. Aqueles
que lerem, acreditaram e compartilharam na época agora questionam o Lula pelos
erros sem serem coerentes em falar mal do sósia. Esse é um “mundo paralelo”
quando a política se desloca em muito da realidade da sociedade.
Na sequência, “(...)e
agora, veja o que ele fez com nosso país, com milhões de pessoas atravessando
nossa fronteira, totalmente sem controle e sem verificação, muitos vindos de
prisões, instituições mentais, e números recordes de terroristas....(...)”
Muito da base do simplismo da política extremista de direita ganha força no
desconhecimento de história. Os Estados Unidos era um país com pouco potencial
econômico e estava abalado pela Guerra Civil americana 1861-1865. Então, recebeu
20 milhões de imigrantes a partir de 1870 até 1910 o que modificou em muito
essa situação. O postulante republicano ao posto de Vice presidente é casado
com uma filha de imigrantes indianos, porém Usha Vance trilhou um caminho de
assistência a dois Juízes da Suprema Corte norte-americana da maioria
conservadora. Há mulheres na vida pública em todos os campos da política. Mas, voltemos
ao ponto.
Imigrantes vindos de prisões (a maior “saidinda” global segundo Trump) e instituições mentais (o sucesso de Machado de Assis nos Estados Unidos abriga a assessoria de Trump ler, se isso é habito entre eles, O Alienista). O desmanche de uma posição que nada expõe o problema e nada propõe uma vez que seria apresentar compromisso sobre o tema da saúde mental o qual levou aos disparos feitos por um jovem norte-americano nato amante de “Clube de Tiro” e investigado por terrorismo doméstico. Por fim, a ausência de programa é muito evidente: “(...)Sofremos muito por causa de sua presidência, mas vamos remediar o dano que ele causou muito rapidamente. Faça os EUA grande novamente!”. Assim, se encerra a mensagem oposicionista vazia uma vez que a economia norte-americana está crescendo. O problema é que a riqueza está se concentrando ainda mais em poucas mãos, porém como as forças da ganância podem ser contrárias a concentração de riqueza? Portanto, a naturalização do extremismo de direita desafia a estabilidade democrática mundial. E temos que saber enfrenta-los também nas eleições legislativas formando novos quadros políticos para exercer os cargos e seu em torno, pois não é só a assessoria trumpista que não colhe o bom hábito da leitura.