Calcificação Social: A Biografia do Abismo por Felipe Nunes e Thomas Traumann.
Paulo Baía[1]
NUNES, Felipe;
TRAUMANN, Thomas – Biografia do Abismo: Como a polarização divide famílias,
desafia empresas e compromete o futuro do Brasil. Rio de Janeiro, HarperCollins
Brasil, 2023.
O livro "A
Biografia do Abismo" oferece uma análise profunda sobre a divisão política
e o endurecimento das interações sociais no Brasil, intensificado desde as
eleições de 2018. Os autores exploram as origens e implicações desse fenômeno,
destacando como as escolhas diárias, do mercado ao destino das férias, agora
são fortemente influenciadas pela política. Com base em estudos de
comportamento e opinião, a obra alerta sobre os riscos que a democracia
enfrenta quando o debate político é substituído pela propagação de mentiras,
inflexibilidade e manipulação de valores.
Ao investigar o
afastamento entre amigos e familiares que evitam conversas devido a
discordâncias políticas, os autores questionam como a sociedade chegou a esse
estágio e delineiam os desafios futuros para um país profundamente dividido.
Sublinhando a "Calcificação Política e Social" como um fenômeno
mundial que atingiu o Brasil, a obra debate a separação das pessoas com base em
valores fundamentais.
As análises do livro
são respaldadas por especialistas em comportamento humano, sociólogos,
antropólogos, psicólogos sociais, intelectuais públicos e jornalistas
experientes. A obra adverte contra a ilusão de considerar a "Polarização
Política e Social" como temporária, promovendo a compreensão do
"estado natural" enraizado na sociedade e na política brasileira.
"A Biografia do Abismo" sobressai como um guia crucial para entender
e superar os desafios econômicos, climáticos e sociais, oferecendo uma análise
essencial diante da complexidade do cenário político contemporâneo.
[1]
Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.
Um comentário:
Essa polarização é uma questão psicológica, não política. Esse radicalismo da extrema direita, quando atinge o pobre, o tal pobre de direita, é uma questão psicológica. O pobre de direita tem deficiência cognitiva programada e disforia de classe.
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