terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ENTREVISTAS: BRASIL 2018 - PROFESSOR RICARDO MARINHO


O Editor do BLOG VOTO POSITIVO conhece o entrevistado abaixo há quase 30 anos. Foi o sentimento de fazer avançar a política democrática consagrada na Carta Constitucional de 1988 que reforçou nossos laços. Seu gosto pela leitura e sua capacidade de análise de conjuntura sempre nos admirou. E assim... O tempo foi passando com Ricardo Marinho ganhando espaço no mundo acadêmico. Professor de História na UNIGRANRIO. Mestre pelo “antigo” IUPERJ. Doutorou-se pelo CPDA – UFRRJ. Em 2013/2014 fez Pós-Doutorado na UERJ.

Na entrevista abaixo ele nos fala um pouco sobre a conjuntura política brasileira após o julgamento de Lula em 24 de janeiro.
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1) Em relação ao julgamento em segunda instância do ex-Presidente Lula, qual dinâmica ganharia as eleições presidenciais?

Ricardo Marinho - A candidatura que souber abraçar o anseio socialdemocrata clássico que pulsa e vibra na sociedade.
2) Se a Lei da Ficha Limpa (assinada na gestão de Lula) impedir a candidatura petista, você considera que as eleições de 2018 seriam uma farsa?

Ricardo Marinho - Está claro que nenhuma força politica trabalha com a ideia de que as eleições de 2018 serão uma farsa quiçá o contrario. O PT é um partido legal e que poderá disputar as eleições como todas as demais agremiações que assim desejarem.
3) Como o Senhor avalia a possibilidade do ex-Presidente Lula lançar uma segunda Carta ao Povo Brasileiro? O Lula, ao contrário do PT, estaria acenando para o centro político?

Ricardo Marinho - Qualquer que seja a carta que o ex-presidente ou qualquer outro que deseje ser presidente venha a apresentar a sociedade o seu teor precisa contemplar o anseio socialdemocrata clamado por ela desde 2013. Tanto o ex-presidente ou qualquer outro que deseje ser presidente sabe que o centro politico é uma realidade e sua vertente democrática precisa estar presente no bom governo democrático tão aguardado pela sociedade como resultado de 2018.
4) Em que medida as eleições presidenciais vão influenciar nas alianças majoritárias no Rio de Janeiro? Qual seria o palanque preferencial de Lula no Estado do Rio de Janeiro?

Ricardo Marinho - O Rio de Janeiro passa por uma crise que em grande medida é sentida por todo o Brasil. A sociedade acompanha avida que as forças politicas do Estado saibam se comportar diante do desafio que se apresenta para todos e ela também comunga do sentido socialdemocrata que já mencionei. Se o ex-presidente for candidato o palanque deve ser representativo desse caminho.
5) O PMDB fluminense é um bom aliado para as próximas eleições estaduais? Qual força política poderá emergir no estado do Rio de Janeiro nas próximas eleições?

Ricardo Marinho - O MDB possui em seus quadros políticos que não se macularam com o que a cúpula hegemônica dessa agremiação acabou por fazer ao colaborar para a crise que nos assola. Dessa forma, as forças do MDB que lutaram contra essa cúpula e que se colocarem no campo moral e intelectual do clamor da socialdemocracia do povo poderá vir a colaborar com as demais forças politicas, emergentes ou não, que desejam representar esse sentimento.
6) O Senhor avalia a possibilidade de uma composição na eleição majoritária do Rio de Janeiro entre o ex-Prefeitos Eduardo Paes e César Maia?

Ricardo Marinho - Tanto os ex-prefeitos do Rio de Janeiro como as demais forças politicas precisam ter a clareza de que o melhor caminho é aquele que mostre a sociedade à unidade necessária diante da crise que nos assola e isso está em sintonia com o sentido socialdemocrata do povo.
7) O Senhor avalia que o Deputado Jair Bolsonaro será o “grande eleitor” nas eleições do Rio de Janeiro?

Ricardo Marinho - O deputado citado foi expressivamente eleito nas eleições de 2014. Para o momento segue sendo um personagem importante para os seus eleitores. Mas para ser o ator que o nosso tempo precisa demandara dele um caminho inverso ao que tem feito até o momento.
8) Qual o balanço que o Senhor faz do primeiro ano do mandato do atual Prefeito do Rio de Janeiro?

Ricardo Marinho - Esse primeiro ano dos prefeitos eleitos em 2016 foi muito difícil uma vez que a crise se acentuou sobremaneira em 2017. De qualquer forma, uma coisa é possível se dizer: o prefeito ainda não se encontrou com a alma do carioca e talvez nunca venha a fazê-lo. Como 2018 que se inicia será tão ou mais difícil que o ano findado devemos seguir acompanhando os passos do mandatário e ver como ele se posiciona diante de suas próprias promessas de campanha que até o momento não foram cumpridas.

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