Wonka
e a Utopia em Chocolate
Giovana Freire,
Valença-Rj
Com toda a cor, encanto e nostalgia que Willy
Wonka o lúdico e ilustre dono da fábrica de chocolates, trás a nós que fomos
criados assistindo as diversas releituras do personagem clássico de “A
Fantástica Fábrica de Chocolate de 1971 estrelando Gene Wilder”, visto que já
havia o encanto e ensinamentos em torno de “A Fantástica Fábrica de Chocolate
de 2005 estrelando Johnny Depp”, e até a participação de “Crispin Glover em Deu
a louca em Hollywood em 2007”. Leituras cinematográficas que, muitas vezes, nos
faz esquecer o livro do galês Roald Dahl, escrito em 1964.
Já o atual filme “Wonka” - estrelado pelo
jovem talentoso Timothée Chalamet - estreou nos cinemas no dia 07/12/2023 com
uma nota verde, ou seja, positiva, e aclamado pela crítica como em
Entertainment Weekly foi publicado que “Wonka lembra que a vida se torna mais
doce pelas pessoas com quem a compartilhamos”. A ideia de Richard Sennett em
valorizar o encontro entre os sujeitos humanos se faz presente nesse
compartilhar e sonhar.
Tendo tudo isso em
mente, vamos direto ao ponto que nos interessa um filme infantil por assim dizer
que faz amplas e concretas críticas sociais intensas ao capitalismo e ao
monopólio empresarial e financeiro. O humor ácido e até constrangedor quase que
como se fins dos “filmes musicais” mascarassem o trabalho análogo a escravidão,
o trabalho infantil e até a alta taxa de analfabetismo “sim, o clássico Willy
Wonka criador da maior e melhor fábrica de chocolates do mundo do cinema; não
sabia ler”. Lembremos como a literatura infantil enfrenta hoje a concorrência
do mundo digital na educação.
Na “Galeria Gourmet”,
onde se passa todo o enredo do filme, e que também é dominada pelo “Cartel do
chocolate” são os três caricatos mestres-chocolateiros, que monopolizam o
império dos chocolates e assim como vivemos constantemente em nossa sociedade
de desiguais. O Jovem Wonka planejando
mostrar seus chocolates voadores ao mundo. Cena impecável e nostálgica que
poderia ser revista por horas e não seria pesado aos olhos. Uma vez que a
leveza da cena nos inspira em projeções para um futuro.
Willy almeja que sua
mãe o encontre e cumpra uma antiga promessa, pois ela nunca passou a receita
secreta do chocolate como se fosse uma necessária doutrina. O filme, a todo
momento, demostra que, de tão diluído os produtos de “Wonka” mal se qualifica
como chocolate, pois tudo que seria sólido se desmancha no ar. Com suas
invenções mágicas e coloridas, criadas a partir de ingredientes multiculturais
e até impossível para o mundo de um adulto mas que causam fixação a nossa
criança interior, muito mais nos sentimentos que causam ou evocam, o jovem
Willy é uma ameaça porque pode mostrar aos clientes da “Galeria Gourmet” que eles
poderiam ter algo a mais.
Após Wonka se encontrar
falido em uma cidade é abordado e levado até um “hotel” onde é enganado ao
assinar um contrato sem “ler as letras miúdas” fica trancafiado e trabalha em
uma lavandeira onde cantam o que [particularmente é a música que não saiu da
minha cabeça], “esfrega, esfrega”, lá ele encontra a Calah Lane que interpreta
Noodle, uma órfã que que era a verdadeira herdeira do “Império chocolateiro”,
porém para isso peço que assistam ao filme e sintam todas essa emoção que conta
também com uma semana dos dois ordenhando uma girafa para uma das crianças do
chocolateiro mágico.
Nesse meio tempo Willy conta a Noodle que
recebe a visita do “Homezinho laranja de cabelos verdes” que é estrelado por
Hugh Grant no papel de Oompa-Loompa, que atrás de pega chocolate por vingança
pela perda de seu “cacau”. Esse personagem que desde sua aparição e reaparições
repentinas e sem aviso prévio causam boas risadas e ótimas musicas que lembram
justamente os clássicos.
Após diversas e continuas tentativa. Finalmente Wonka e sua frente ampla vencem o monopólio financeiro, porém lembra-se da “Wonka mom?” Wiily passou o filme inteiro segurando uma barra de chocolate feita por ela, e esperando sua presença. Então finalmente o protagonista resolve abri-la e encontra um bilhete onde descobre que nunca houve nenhum segredo no chocolate e sim que o importante era que o mesmo fosse compartilhado.