sábado, 23 de dezembro de 2023

SÉRIE ESTUDOS - WONKA NOS 90 ANOS DO LIVRO CACAU DE JORGE AMADO

Wonka e a Utopia em Chocolate

Giovana Freire, Valença-Rj

 

 Com toda a cor, encanto e nostalgia que Willy Wonka o lúdico e ilustre dono da fábrica de chocolates, trás a nós que fomos criados assistindo as diversas releituras do personagem clássico de “A Fantástica Fábrica de Chocolate de 1971 estrelando Gene Wilder”, visto que já havia o encanto e ensinamentos em torno de “A Fantástica Fábrica de Chocolate de 2005 estrelando Johnny Depp”, e até a participação de “Crispin Glover em Deu a louca em Hollywood em 2007”. Leituras cinematográficas que, muitas vezes, nos faz esquecer o livro do galês Roald Dahl, escrito em 1964.

 Já o atual filme “Wonka” - estrelado pelo jovem talentoso Timothée Chalamet - estreou nos cinemas no dia 07/12/2023 com uma nota verde, ou seja, positiva, e aclamado pela crítica como em Entertainment Weekly foi publicado que “Wonka lembra que a vida se torna mais doce pelas pessoas com quem a compartilhamos”. A ideia de Richard Sennett em valorizar o encontro entre os sujeitos humanos se faz presente nesse compartilhar e sonhar.

Tendo tudo isso em mente, vamos direto ao ponto que nos interessa um filme infantil por assim dizer que faz amplas e concretas críticas sociais intensas ao capitalismo e ao monopólio empresarial e financeiro. O humor ácido e até constrangedor quase que como se fins dos “filmes musicais” mascarassem o trabalho análogo a escravidão, o trabalho infantil e até a alta taxa de analfabetismo “sim, o clássico Willy Wonka criador da maior e melhor fábrica de chocolates do mundo do cinema; não sabia ler”. Lembremos como a literatura infantil enfrenta hoje a concorrência do mundo digital na educação.

Na “Galeria Gourmet”, onde se passa todo o enredo do filme, e que também é dominada pelo “Cartel do chocolate” são os três caricatos mestres-chocolateiros, que monopolizam o império dos chocolates e assim como vivemos constantemente em nossa sociedade de desiguais.  O Jovem Wonka planejando mostrar seus chocolates voadores ao mundo. Cena impecável e nostálgica que poderia ser revista por horas e não seria pesado aos olhos. Uma vez que a leveza da cena nos inspira em projeções para um futuro.

Willy almeja que sua mãe o encontre e cumpra uma antiga promessa, pois ela nunca passou a receita secreta do chocolate como se fosse uma necessária doutrina. O filme, a todo momento, demostra que, de tão diluído os produtos de “Wonka” mal se qualifica como chocolate, pois tudo que seria sólido se desmancha no ar. Com suas invenções mágicas e coloridas, criadas a partir de ingredientes multiculturais e até impossível para o mundo de um adulto mas que causam fixação a nossa criança interior, muito mais nos sentimentos que causam ou evocam, o jovem Willy é uma ameaça porque pode mostrar aos clientes da “Galeria Gourmet” que eles poderiam ter algo a mais.


Após Wonka se encontrar falido em uma cidade é abordado e levado até um “hotel” onde é enganado ao assinar um contrato sem “ler as letras miúdas” fica trancafiado e trabalha em uma lavandeira onde cantam o que [particularmente é a música que não saiu da minha cabeça], “esfrega, esfrega”, lá ele encontra a Calah Lane que interpreta Noodle, uma órfã que que era a verdadeira herdeira do “Império chocolateiro”, porém para isso peço que assistam ao filme e sintam todas essa emoção que conta também com uma semana dos dois ordenhando uma girafa para uma das crianças do chocolateiro mágico.

 Nesse meio tempo Willy conta a Noodle que recebe a visita do “Homezinho laranja de cabelos verdes” que é estrelado por Hugh Grant no papel de Oompa-Loompa, que atrás de pega chocolate por vingança pela perda de seu “cacau”. Esse personagem que desde sua aparição e reaparições repentinas e sem aviso prévio causam boas risadas e ótimas musicas que lembram justamente os clássicos.

Após diversas e continuas tentativa. Finalmente Wonka e sua frente ampla vencem o monopólio financeiro, porém lembra-se da “Wonka mom?” Wiily passou o filme inteiro segurando uma barra de chocolate feita por ela, e esperando sua presença. Então finalmente o protagonista resolve abri-la e encontra um bilhete onde descobre que nunca houve nenhum segredo no chocolate e sim que o importante era que o mesmo fosse compartilhado.

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