As
Trombetas da Frente Democrática diante de Jericho
Por Giovana
Freire – Sul do Rio de Janeiro
No decorrer dos últimos
anos observamos uma “fratura exposta” no segmento religioso evangélico.
Provavelmente, seria a visibilidade de diversos discursos de ódio vindouros de
muitas denominações que se denominam cristãs quando aos meu ver nem deveriam
entrar em um coliseu de ódio no âmbito político a menos que seja para defender
suas convicções de doutrina de fé. Lamento que há falas totalmente sem nexo
vindo de apoiadores do ex-presidente, causando pânico e repulsão a política em
jovens em grande maioria no segmento protestante cristão.
Porém quando falamos em
contextos políticos não fechado em apenas uma argumentação sólida, mas sim em
uma pluralidade onde “todos, todas e todes” devem ter o mesmo direto de voz e
liberdade de expressão. Vivenciando um
atual cenário onde tudo que não se atenda para “orientação política
neoreligiosa” numa forma bem leiga designada por quem vos escreve. É considerado
discurso de ódio preconceituoso e naturalizam ataques por não ser de alguém da
mesma base política ou crédulo religioso que o seu. Na verdade, cresceu entre
nosso espaço a mobilização de um discurso de antipolítica muito distante do
legado de Martinho Lutero.
Onde as forças
retrógradas alimenta um medo sobre uma esquerda como os “cavaleiros do inferno”
ou até mesmo os “destruidores das famílias tradicionais conservadoras”. As
forças liberais à esquerda vêm com um discurso de forma branda e tentando
amenizar os próprios temores e medo de sofrer represálias pelos eleitores do
outro lado, que por sua vez são mais eufóricos e “loucos” pelas suas ideias. Aparentemente
parece que a cidade de Jericho está sob um cerco aguardando a invasão
redentora. Todavia, estamos a sentir a necessidade de abrir caminhos dialógicos
com a juventude que se inspire em Martin Luther King Jr.
Já há muito tempo
observo minha juventude e irmãos de fé se afastando tanto dos contextos
religiosos como dos políticos. Talvez como uma banalização do sistema onde
houvesse uma postura autocrata. Sugestões seria que há uma extrema-direita
opressora no qual afirma que os jovens, ainda mais os cristãos, devem se portar
de maneira neutra, onde todos só têm o direito de falar quando é para defender
esses prováveis 49,1% eleitores conservadores.
Nunca me senti totalmente representante por nenhum dos dois lados como uma boa “centrista” diriam alguns, mas por sua vez sinto-me representada numa religião. Tenho anseio por tempos melhores em nossa política nacional, de maneira clara e não opressora que venhamos poder exercer nosso direto de escolha sem um voto por imposição ou até mesmo por constrangimento também, medo imposto pela “anti-imprensa” que distribui Fakenews que só distância e enojam mais os jovens do âmbito político atual.
A juventude está avessa
à prática da política Republicana e Democrática, pois os políticos ainda seriam
observados como sem legitimidade. Por outro lado, de mãos atadas com medo de uma
represália, os jovens que são pertencentes a certas denominações cristãs se
calam e consentem, mesmo que direta ou indiretamente seja totalmente contra a
forma com que é levada nossa política brasileira. Aonde o Presidente da nação só
mereceria respeito se for “aquele que a minha religião elegeu”. Um perigo a se
afastar pelo soar das trombetas. De fato, o acesso a verdadeira democracia
marcada na carta constitucional de uma maneira totalmente clara nos indicam a
importância de nossa pluralidade.
6 comentários:
Grata pela oportunidade de fazer parte do “voto positivo”, como ex-aluna do senhora agradeço também por todo incentivo dado no decorrer desses anos!
Excelente estreia. Fechou bem o lado reacionário, extremista e sectário da direita. Sugestão de tarefa revolucionária: chamar o campo democrático para dialogar com jovens como autora.
Simm! Um ponto que eu super concordo e acho um absurdo é os jovens cristãos espalharem o discurso de ódio.
Que muito teve, apenas por não ser o “presidente deles”.
Até mesmo “manchando” a imagem dos cristãos por causa de tanto ódio já que um dos princípios bíblicos é o amor ao próximo.
08:34
Excelente estréia Giovana. Trouxe o Nobel da Paz para ilustrar o ponto dialógico e a sua importância para esse tempo de surdez coletiva ao silêncio. Que seu chamado seja bem sucedido e os Jovens venham para a vida pública!
O mais assustador, e me impressiona muito é o DISCURSO CHEIO DE ÓDIO...pra quem se diz cristão, é uma tristeza.
Constei como Anônimo, mas não sou anônima...
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