segunda-feira, 5 de junho de 2023

TEXTOS DA JUVENTUDE - VAI NA FÉ PELA DEMOCRACIA


As Trombetas da Frente Democrática diante de Jericho

Por Giovana Freire – Sul do Rio de Janeiro

 

No decorrer dos últimos anos observamos uma “fratura exposta” no segmento religioso evangélico. Provavelmente, seria a visibilidade de diversos discursos de ódio vindouros de muitas denominações que se denominam cristãs quando aos meu ver nem deveriam entrar em um coliseu de ódio no âmbito político a menos que seja para defender suas convicções de doutrina de fé. Lamento que há falas totalmente sem nexo vindo de apoiadores do ex-presidente, causando pânico e repulsão a política em jovens em grande maioria no segmento protestante cristão.

Porém quando falamos em contextos políticos não fechado em apenas uma argumentação sólida, mas sim em uma pluralidade onde “todos, todas e todes” devem ter o mesmo direto de voz e liberdade de expressão.  Vivenciando um atual cenário onde tudo que não se atenda para “orientação política neoreligiosa” numa forma bem leiga designada por quem vos escreve. É considerado discurso de ódio preconceituoso e naturalizam ataques por não ser de alguém da mesma base política ou crédulo religioso que o seu. Na verdade, cresceu entre nosso espaço a mobilização de um discurso de antipolítica muito distante do legado de Martinho Lutero.

Onde as forças retrógradas alimenta um medo sobre uma esquerda como os “cavaleiros do inferno” ou até mesmo os “destruidores das famílias tradicionais conservadoras”. As forças liberais à esquerda vêm com um discurso de forma branda e tentando amenizar os próprios temores e medo de sofrer represálias pelos eleitores do outro lado, que por sua vez são mais eufóricos e “loucos” pelas suas ideias. Aparentemente parece que a cidade de Jericho está sob um cerco aguardando a invasão redentora. Todavia, estamos a sentir a necessidade de abrir caminhos dialógicos com a juventude que se inspire em Martin Luther King Jr.

Já há muito tempo observo minha juventude e irmãos de fé se afastando tanto dos contextos religiosos como dos políticos. Talvez como uma banalização do sistema onde houvesse uma postura autocrata. Sugestões seria que há uma extrema-direita opressora no qual afirma que os jovens, ainda mais os cristãos, devem se portar de maneira neutra, onde todos só têm o direito de falar quando é para defender esses prováveis 49,1% eleitores conservadores.

Nunca me senti totalmente representante por nenhum dos dois lados como uma boa “centrista” diriam alguns, mas por sua vez sinto-me representada numa religião. Tenho anseio por tempos melhores em nossa política nacional, de maneira clara e não opressora que venhamos poder exercer nosso direto de escolha sem um voto por imposição ou até mesmo por constrangimento também, medo imposto pela “anti-imprensa” que distribui Fakenews que só distância e enojam mais os jovens do âmbito político atual.

A juventude está avessa à prática da política Republicana e Democrática, pois os políticos ainda seriam observados como sem legitimidade. Por outro lado, de mãos atadas com medo de uma represália, os jovens que são pertencentes a certas denominações cristãs se calam e consentem, mesmo que direta ou indiretamente seja totalmente contra a forma com que é levada nossa política brasileira. Aonde o Presidente da nação só mereceria respeito se for “aquele que a minha religião elegeu”. Um perigo a se afastar pelo soar das trombetas. De fato, o acesso a verdadeira democracia marcada na carta constitucional de uma maneira totalmente clara nos indicam a importância de nossa pluralidade.

6 comentários:

Giovana Freire disse...

Grata pela oportunidade de fazer parte do “voto positivo”, como ex-aluna do senhora agradeço também por todo incentivo dado no decorrer desses anos!

Pablo De Las Torres disse...

Excelente estreia. Fechou bem o lado reacionário, extremista e sectário da direita. Sugestão de tarefa revolucionária: chamar o campo democrático para dialogar com jovens como autora.

Anônimo disse...

Simm! Um ponto que eu super concordo e acho um absurdo é os jovens cristãos espalharem o discurso de ódio.
Que muito teve, apenas por não ser o “presidente deles”.
Até mesmo “manchando” a imagem dos cristãos por causa de tanto ódio já que um dos princípios bíblicos é o amor ao próximo.

Ricardo Marinho disse...

08:34
Excelente estréia Giovana. Trouxe o Nobel da Paz para ilustrar o ponto dialógico e a sua importância para esse tempo de surdez coletiva ao silêncio. Que seu chamado seja bem sucedido e os Jovens venham para a vida pública!

Anônimo disse...

O mais assustador, e me impressiona muito é o DISCURSO CHEIO DE ÓDIO...pra quem se diz cristão, é uma tristeza.

Marília Pacheco disse...

Constei como Anônimo, mas não sou anônima...