Por Vagner Gomes
de Souza
Nesse momento a MP
1031/2021 sobre o tema da privatização da ELETROBRÁS retorna para ser apreciada
na Câmara de Deputados sem tempo hábil para amadurecer as modificações
aprovadas no Senado Federal. Todavia foi o Poder Executivo que fez essa
temerosa opção de fazer uso de uma Medida Provisória para a desestatização de
uma empresa de importância estratégica na política pública de acesso a energia
elétrica para as populações de baixa renda e na construção da retomada do
crescimento nacional. A tramitação via Projeto de Lei pode ser mais longa, mas
permite ao representante eleito melhor condições de analisar a situação que se
agrava com os novos relatórios sobre a eminência de uma crise hídrica no país.
Estamos sob a possibilidade de um apagão da energia elétrica num momento
crucial para tentar criar empregos.
Não são vozes de
esquerda que apresentam a proposta da MP como um fiasco. Políticos do centro
liberal já alertam para os custos aos consumidores e analistas de economia
alertam para perdas para os cofres públicos como se o Estado fosse Investir na
Privatização. Seria o mesmo que reformar um carro ao dobro de seu valor de
mercado para vendê-lo em seguida. Esses alertas devem se somar aos custos
políticos de estarmos sob a pressão da bandeira vermelha. As contas de energia
aumentam nesse faixa o que está pressionando uma escalada inflacionária acima
da meta desse ano. O perigo do Apagão é um motivo para que a política se
imponha diante dos cálculos dos tecnocratas uma vez que não podemos sobreviver
dos restos como se fosse o essencial na vida humana.
A MP simplesmente pode
“caducar” (não ser apreciada no prazo) e permitir que um Projeto de Lei seja
apresentado e Audiências Públicas sejam realizadas para analisar se esse seria
o melhor momento para privatizar a ELETROBRÁS diante dos problemas aqui expostos.
Os Deputados não pode se votar num “cheque em branco” sobre um tema complexo
numa conjuntura que exige muita moderação nas decisões. O crescimento econômico
com justiça social é o que alimentará nossa população a partir de fontes
energéticas limpas. Precisamos fazer do exercício da política um “ponto de
equilíbrio” que evite um passo adiante que empurre o Brasil para as trevas do
Apagão.
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