OS
EXAMES CRÍTICOS DA MODERNIDADE
Isabella Souza
da Silva
Nos acontecimentos recentes no cenário
internacional, assistimos lamentavelmente a invasão do braço armado do Hamas a
Israel e toda a barbárie consumada pelo grupo através de uma tela do outro lado
do continente contra a vida de civis. Juntamente as superficiais tentativas da
ONU e dos ademais países de intervirem nesta guerra unilateral. Isto porque, o
pedaço de extensão territorial da Palestina doado ao estado de Israel pela ONU
em 1947, propiciou a hostilidade em que os palestinos eram e são tratados pela
"Terra Santa".
No livro Constestadores, elaborada pelo excepcional correspondente internacional e escritor Edney
Silvestre, que redigiu uma coletânea de entrevistas de forma erudita com os
intelectuais mais renomados das últimas décadas. Seriam contestadores do senso
comum. Por exemplo, uma desses entrevistados foi feita com o tempestuoso
palestino e professor da universidade de Columbia, Edward Said, em 1997, que
mencionou sobre a sua família tornasse refugiada no Egito, e o Said argumentar
que: "Israel existe porque a Palestina foi destruída". Essa
ponderação direta ganhou destaque na página de sua entrevista.
Logo em seguida, no
mesmo capítulo, veio a complementação da interlocução do indiano Salman
Rushdie. O homem responsável por escrever "Versos Satânicos", a obra
que enfureceu o governo Irariano por razões igualitariamente religiosas.
Fundamentalmente, na introdução no início da página desta entrevista, Silvestre
detalha a atribulação que passou ao lado de Rushdie para conseguirem um
ambiente seguro para a entrevista. Percorrendo estradas e realizando diferentes
ligações até chegarem ao Bard College, com seguranças rodeando o Campus.
Essa não deve ter sido
a situação mais distinta de sua carreira, entretanto, para quem ler o livro se
impressiona por seu comprometimento e empenho de concluir este trabalho. Em
dada circunstância do diálogo, Edney Silvestre o questiona como ele veria o
papel da literatura com a aproximação do milênio, tendo como resposta que:
"O papel do intelectual é falar a verdade ao poder, aos que detêm o poder.
Sobretudo que hoje somente há uma superpotência mundial”.
Em todas as vinte entrevistas exploradas
minuciosamente por Edney Silvestre, ele usou de sua sensibilidade e ética para
extrair os pensamentos mais ousados de seus entrevistados; isto fez o livro ser
dividido em cinco conjuntos nomeando as personalidades como boxeadores,
tempestuosos, cordiais, militantes e visionários. Todas mostrando suas
diferentes concepções do mundo.
Recentemente "Constestadores"
ganhou uma edição comemorativa das duas décadas do lançamento da obra. Acrescentaram
duas entrevistas inéditas com o visionário José Saramago que em poucas páginas
destacou sua vida pessoal e deu uma aula vanguardista sobre cultura e política.
E a imortal e cordial Fernanda Montenegro.
No princípio da página
referente a atriz, Silvestre expressa
sua profunda admiração de décadas pela Arlette Torres, popularmente conhecida
como Fernanda Montenegro. De forma nostálgica, ele detalha sua experiência
satisfatória de tê-la conhecido por si próprio em Nova York em sua indicação ao
Oscar de melhor atriz pelo filme rico em cultura "Central no Brasil".
Cada um dos
diferenciados pontos de vista dos estrelados assinalados em uma página branca
causa, por vezes, o sentimento de estranheza e outros provoca curiosidade pelas
próximas folhas; como o de Paulo Freire que destacou: "O analfabetismo, no
fundo, esconde uma proibição que é uma proibição de classe social".
Embora nem todos tenham
feito previsões que tivessem acertos bem como de Paulo Francis que afirmou a Edney,
em 1994, que não seria possível o Lula torna-se presidente do Brasil, e
atualmente, 29 anos depois estamos vivendo em seu terceiro mandato.
O livro possui sua
relevância educacional por tratar de temas contemporâneos, abordando cultura e
geopolítica. Portanto, sua leitura de fácil entendimento ajuda a formação do
senso crítico.