quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ELEIÇÕES ESTADO DO RJ - SEGUNDO TURNO

 
Adesão da Juventude é uma característica da campanha de Marcelo Crivella
 
A Juventude e a Terra Prometida na Sucessão Fluminense
Por Vagner Gomes de Souza
Uma sequência de anos sob o comando de um grupo político que hegemonizou a política do Estado do Rio de Janeiro desde os anos de 1994 tanto no Executivo quanto no legislativo impediu que a “centro-esquerda” tivesse uma melhor clareza no cenário político local. As constantes intervenções do cenário nacional nas eleições locais deixaram o PT “às moscas” na renovação de quadros políticos da esquerda democrática. Nesse pragmatismo eleitoral, todas as legendas tradicionalmente vinculadas a esquerda (PT, PSB, PV, PPS, PCdoB) rumaram mais ao “centro político” se esvaziando em propostas políticas. Nas periferias da Capital e na Baixada Fluminense, não verificamos a organicidade dos eleitores do PSOL e da ultraesquerda (PSTU – PCB – PCO) o que deixou margem para que a utopia da terra fosse substituída pelo anseio da eternidade.
As forças da juventude nessas periferias se articularam ou às margens da lei ou nas associações religiosas neopetencostais. Esse segundo segmento serviu de “contrapeso” conservador nos costumes para dar certa ordem ao processo de americanização da sociedade. Trata-se de uma vertente que visa educar com os valores da ética religiosa os costumes e a participação na política. Por isso, estariam alheios ao velho modelo de máquina política que se reproduz na política fluminense desde os tempos do “chaguismo”. A sucessão fluminense é esse momento de observação de como os jovens às margens da esquerda democrática se integraram ao processo político eleitoral na adesão a candidatura de oposição do PRB. A votação de Marcelo Crivela tende a ultrapassar os marcos das pesquisas eleitorais que usam base de dados para eleitores evangélicos abaixo do que existe de fato.
Incorporando temas das manifestações de junho de 2013, eles reinventam a oposição no Rio de Janeiro e estão dispostos a fazer um “compromisso histórico” com todas as forças políticas em torno de um programa. Nas próximas horas testemunharemos esses jovens/militantes/voluntários enfrentando a “máquina eleitoral” de uma grande coligação partidária e de forças do “arcaísmo político”. Para esses jovens, Cabral, Picciani, Brazão, Paulo Melo, Eduardo Cunha e outros não representam os anseios dessa nova sociedade que está em fase embrionária no Rio de Janeiro. O sectarismo do PSOL, aos poucos, se deixa ruir com a eleição de um Cabo-bomebeiro evangélico que poderá ser uma ponte nesse processo de “moderação” política. Contudo, ainda falta muito para a travessia no deserto até chegarmos a Terra Prometida.


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