sexta-feira, 7 de maio de 2021

NOTA SOBRE O OCORRIDO NO JACAREZINHO

 

Foto: Fabiano Rocha retirada do site www.vozdascomunidades.com.br

O Carandiru Carioca

 

Há uma urgência pelo esclarecimento do uso de forças de segurança com a intenção de se levar a paz as comunidades cariocas quando se é a mais letal da história do Rio de Janeiro. Lembremo-nos do que foi a “Chacina do Carandiru” ocorrida em 1992 em que nem ainda tínhamos nascido. Uma rebelião que foi sufocada num banho de sangue em tempos anteriores a existência do controle do PCC nos presídios de São Paulo. Os efeitos brutais do Carandiru não melhoraram a vida da população paulistana.

No dia de ontem, o fantasma do “Mão Branca” (personagem dos grupos de extermínio na Ditadura Militar) se fez presente na “invasão” da comunidade do Jacarezinho na cidade do Rio de Janeiro. Não se explica com ficha policial os atos bárbaros narrados pelos moradores daquele bairro. Não se explica que em plena a Pandemia uma ação considerada excepcional seja feita com tamanha barbaridade e nenhuma sinalização do Governo Estadual de que irá apurar se houve possíveis excessos ou outros interesses. Simplesmente se declara que se cumpriu o “PROTOCOLO”.

Balas Perdidas não obedecem “Protocolo”! Um trauma que se gera nas crianças por causa pela tamanha brutalidade não é a melhor maneira de resgatar crianças e adolescentes do sugerido “aliciamento do tráfico de drogas”. Não se pode ficar em silêncio diante das denúncias de execução feita seja por qual motivo. Delicado silêncio não se pode fechar nos “fichamentos” da vida sob livros repletos de dor.

Soam em nós as palavras de Frida Kahlo: “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar”. Essas palavras convidam a nossa juventude a refletir sobre a ausência de natureza republicana de uma gestão estadual no mínimo atrelada a outros interesses, pois tudo se encerra em seis linhas de uma Nota do Governador. Nossa “alma carioca” está ferida pela apropriação indevida das almas.

A ALERJ, como poder legislativo independente e representativo da sociedade do Rio de Janeiro na sua mais ampla pluralidade, não se pode intimidar de buscar esclarecimentos sobre o que se ocorreu e de outros eventos “suspeitos”. Nem que o caminho seja a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que a transparência se faça presente. O ativismo da Democracia se faz necessário nesse momento em que nos solidarizamos a todos que vivem sob esse caos e incluímos os familiares dos policiais civis e militares que são vítimas colaterais da ausência de uma verdadeira Política de Segurança Pública no Rio de Janeiro.

 

FRENTE DEMOCRÁTICA JOVEM


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