domingo, 4 de novembro de 2018

CULTURA DEMOCRÁTICA - Sobre o filme Bohemian Rhapsody

 
Uma Ópera pela Democracia

Por Vagner Gomes de Souza

A cultura democrática é uma forma lírica de fazer oposição ao retrocesso no campo das ideias. As manifestações culturais não estão na pauta dos programas governamentais, pois a saída pelo “mercado” impossibilita o reconhecimento da pluralidade. O stablishment dos meios de comunicação de massa programa um “darwinismo cultural” no qual o “mais do mesmo” sempre é a melhor para as forças conservadoras.  Fazer a crítica ao senso comum é a tarefa política dos ativistas no novo cenário cultural mundial. O pensamento racional e laico está sob pressão de ideias fundamentalistas que se contrapõe a abertura de um diálogo.

As versões histéricas da postura autoritária tem seu marco fundante na reação mundial ao pós – 11 de setembro sob o comando dos EUA. Em seguida, uma Guerra foi iniciada contra o Iraque como resultado de um “Fake News” diplomático, ou seja, a denúncia de que Saddam Husseim teria um “Kit de Armas de Destruição em Massa”. A publicidade do medo justificou muitos meios de cultivar o ódio ao redor do mundo ao ponto do terrorismo islâmico contribuir para iniciativas restritivas da democracia na Europa e outros países (seria interessante acompanharmos o debate no Congresso Nacional da nova redação da Lei de Antiterrorismo).
 
  A globalização das finanças mundiais fortalece essa superestrutura conservadora nas manifestações, mas há espaço para que as forças do campo democrático se articulem de forma também globalizada. O reconhecimento do risco deve ser compartilhado por todos os segmentos democráticos do mundo. A cultura precisa ser sempre a força da liberdade e enfrentar as forças do autoritarismo requer unidade. Portanto, o filme “Bohemian Rhapsody” vai além de ser um marco na cinebiografia como sugere uma leitura atenta da letra da música que dá título ao filme.
 
Rami Malek interpreta Freddie Mercury
 
Destacamos esses versos: “Eu sou apenas um pobre garoto e ninguém me ama/Ele é só um pobre garoto de uma família pobre/Poupe sua vida, desta monstruosidade” (“Bohemian Rhapsody”). E verificamos que o filme é uma verdadeira ópera para refletir esses tempos em que o voto de ódio está alimentado pelo desamor e revanchismo social das classes dominantes contra os serviços públicos. Freddie Mercury fez carreira no contexto da unidade na banda Queen em tempos de ensaios do neoliberalismo na cultura anglo-saxônica (Inglaterra e EUA). Um jovem imigrante que tinha uma aparência muito apropriada para sofrer “Bullyng”. Além disso, a sua vida privada foi assediada pela chamada imprensa sensacionalista por causa de sua sexualidade.
 
O filme faz uma narrativa que condenaria o hegemonismo e protagonismo. Assim, as forças democráticas no Brasil e no mundo recebem um convite para que sejamos mais modestos em nossas escolhas. As mobilizações democráticas para o futuro devem se alimentar de um compromisso com os círculos culturais junto com a juventude pela democracia. Além disso, é urgente a globalização da luta pela defesa da democracia com a convocatória de um Fórum Democrático Mundial com eventos culturais que poderiam ter sua primeira edição na cidade do Rio de Janeiro.
 


Um comentário:

Thay Stolzenberg disse...

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