segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CRÔNICAS FLUMINENSES


O Duelo
Por J.J. Prado Junior
A Eleição da Presidência na ALERJ, caso mantenha as duas candidaturas do PMDB, é uma crônica política com pouco espaço na interpretação dos colunistas políticos. Muitos avaliam que o Governador é decisivo no apoio ao Deputado Estadual Paulo Melo (que vem da liderança do Governo). A história política da ALERJ não deu vitória, até a presente data, para candidaturas oposicionistas e/ou alternativas, o que reforça o favoritismo de Paulo Melo. Entretanto, diante dessa tendência continuísta, o que motiva a candidatura do Deputado Estadual Domingos Brazão?
Recente entrevista do Deputado “alternativo” ao BLOG SENTIDO OESTE não esclarece muita coisa sobre sua fonte política de mobilização para a campanha. Há um compromisso comum ao seu adversário pela independência do Legislativo Estadual em relação ao Governo Estadual. Uma independência normativa se levarmos em consideração o mesmo discurso político do verdadeiro detentor da máquina partidária do PMDB no Rio de Janeiro (Jorge Picciani). Domingos Brazão destaca-se na Entrevista de SENTIDO OESTE pela justificativa da Assistência Social feita por políticos o que lhe conferiria limites na intervenção republicana em favor da mobilização da sociedade por mais verbas públicas na área social.
Não há uma postura em favor de uma atualização da prática política fluminense na entrevista de Domingos Brazão. Uma oportunidade que se desperdiça se desejava uma independência na ALERJ e seu maior contato com a sociedade estaria no silêncio em relação ao Orçamento Participativo no Governo Estadual. Não há um programa de reformismo pela ampliação da democracia diante da raiz da assistência social em sua leitura de ação política. Por isso, assume um espaço de político pragmático e “porta-voz” de outros políticos que estariam à margem da dinâmica da distribuição de cargos de confiança.
Contudo, a “caneta” das nomeações está nas mãos do “padrinho político” de Paulo Melo. Os partidos do campo social-democrata que fazem parte do governo foram contemplados com Secretarias Estaduais que influenciarão nas eleições municipais. Logo, PDT e PT não indicariam interesse em se somar ao “porta-voz” dos ressentidos uma vez que as lideranças políticas desses partidos desejem ocupar a Primeira Secretaria da ALERJ que é gestora de grandes recursos financeiros. O PDT e PT espalham nas suas bases sindicais (formadora de quadros que farão parte na assessoria de seus parlamentares) que a candidatura dissidente é uma luta interna para se “cacifar politicamente”.
Lamentavelmente, a oposição não está atuando de forma unificada. O PR (liderado pelo Deputado Federal eleito Garotinho) declarou apoio ao Domingos Brazão que indicaria uma possível “troca política” nas eleições municipais na região da Grande Jacarepaguá. O DEM e o PSDB não se definiram em relação a tendência de ocupar o espaço da “Centro-Direita”. PPS, PV e PSOL poderiam formular um BLOCO PARLAMENTAR de 7 Deputados em torno de importantes pontos comuns (defesa das reivindicações dos profissionais da educação e da saúde, acompanhamento das obras da Copa e das Olimpíadas fiscalizando os recursos públicos e a sustentabilidade ambiental, criação de uma Comissão Especial para acompanhar os efeitos das mudanças climáticas no Estado do Rio de Janeiro e valorização do profissional de segurança pública com combate as “máfias” milicianas). Entretanto, ainda há muito tempo até o dia do Duelo. Acompanhemos...

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