segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

SÉRIE ESTUDOS - A POLARIZAÇÃO EMPURRA O PAÍS AO ABISMO?


 Calcificação Social: A Biografia do Abismo por Felipe Nunes e Thomas Traumann.

 

            Paulo Baía[1]


NUNES, Felipe; TRAUMANN, Thomas – Biografia do Abismo: Como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil. Rio de Janeiro, HarperCollins Brasil, 2023.

 

O livro "A Biografia do Abismo" oferece uma análise profunda sobre a divisão política e o endurecimento das interações sociais no Brasil, intensificado desde as eleições de 2018. Os autores exploram as origens e implicações desse fenômeno, destacando como as escolhas diárias, do mercado ao destino das férias, agora são fortemente influenciadas pela política. Com base em estudos de comportamento e opinião, a obra alerta sobre os riscos que a democracia enfrenta quando o debate político é substituído pela propagação de mentiras, inflexibilidade e manipulação de valores.


Felipe Nunes e Thomas Traumann, autores de Biografia do Abismo, analisaram polarização no Brasil a partir de uma pesquisa com 99 mil entrevistas domiciliares. Divulgação.

Ao investigar o afastamento entre amigos e familiares que evitam conversas devido a discordâncias políticas, os autores questionam como a sociedade chegou a esse estágio e delineiam os desafios futuros para um país profundamente dividido. Sublinhando a "Calcificação Política e Social" como um fenômeno mundial que atingiu o Brasil, a obra debate a separação das pessoas com base em valores fundamentais.

 

As análises do livro são respaldadas por especialistas em comportamento humano, sociólogos, antropólogos, psicólogos sociais, intelectuais públicos e jornalistas experientes. A obra adverte contra a ilusão de considerar a "Polarização Política e Social" como temporária, promovendo a compreensão do "estado natural" enraizado na sociedade e na política brasileira. "A Biografia do Abismo" sobressai como um guia crucial para entender e superar os desafios econômicos, climáticos e sociais, oferecendo uma análise essencial diante da complexidade do cenário político contemporâneo.


[1] Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ. 

Um comentário:

  1. Essa polarização é uma questão psicológica, não política. Esse radicalismo da extrema direita, quando atinge o pobre, o tal pobre de direita, é uma questão psicológica. O pobre de direita tem deficiência cognitiva programada e disforia de classe.

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