Sociedade
das Escolas Mortas
Vagner Gomes de
Souza
Não há um grande evento
na história das multidões que não gere inúmeros traumas que podem abalar com a
psique dos indivíduos. Nossa sociedade amplamente individualizada desde que os
impactos de duas décadas de smartphones tenham entrado em ação com suas seguidas
atualizações e fragmentações em redes sociais nos faz pensar o tempo gasto
pelas novas gerações diante das “maquinações digitais”. Os bots como se fossem
os “clones” a serviço de um subterrâneo em distintos subconscientes. Assim
estamos a mercê dos perigos do contrataque do Império com Darth Vader em série.
A velocidade das imagens competindo com a
leitura e dando círculos nas mentes das pessoas esvaziadas de conhecimento
diante de uma educação em ruínas. As escolas por muito tempo ficaram sem
atividades presenciais no Brasil na pandemia da COVID19, diante de uma omissão
do Ministério da Educação ideologizado no governo derrotado nas urnas em 2022.
Muito se prometeu, mas pouco se fez para que alunos fossem acolhidos naquela
fase em relação ao ensino a distância.
As redes de ensino
públicas, sejam estaduais ou municipais, mais pensaram em gastar em plataformas
digitais que exigissem aos profissionais de educação o cumprimento de uma carga
horária de ensino para um diminuto público. A memória da educação pública brasileira
na pandemia não pode ser silenciada, mas, aos poucos, parece que não houve
problemas socioemocionais desde que os índices de reprovação estejam sempre
abaixo de “metas” tecnocráticas que se dizem pedagógicas.
Então, muitos jovens
alunos se viram em níveis escolares sem saber ler ou escrever e as autoridades
da Educação sorrindo como se tudo estivesse na mais perfeita tranquilidade.
Olhares tristes desses jovens que percebem o abandono enquanto que as forças
ocultas do ódio avançou diante deles via redes sociais. Então, precisamos muito
de falar sobre a saúde mental das alunas e alunos que sofreram e podem ainda
estar a sofrer inúmeras formas de violência.
Errados eram aqueles
que avaliavam que um simples recomeçar das aulas presencias iria fazer a
reconstrução da educação. Não é momento para ampliar o balanço de tamanho
descaso, porém suas feridas estão a disposição da nação brasileira e muitos
profissionais capacitados podem auxiliar nesse debate. Não se assustem com a
realidade sombria diante de nós, mas tudo é fruto de planos educacionais em que
as escolas tenham morrido como espaço de reflexão da República em favor da
democracia.
O descaminho se faz com
a redução de cargas horárias de disciplinas como Geografia e História (rede de
ensino que fez isso não está ao lado de uma saúde do aprendizado). O
negacionismo sobre as mudanças climáticas é uma realidade na juventude enquanto
há jovens que pouco sabem sobre o mundo no entreguerras e se tornaram possíveis
“presas” de grupos extremistas.
Assassinaram a
gramática como se fosse o fruto da base autoritária da sociedade, porém sem ela
não há uma liberdade para melhor interpretar o nosso mundo ao redor. Estamos
num século de muitas mudanças velozes e assumindo muitas novas tecnologias
diante de uma juventude com pouco conhecimento e reconhecimento da ciência. Os
números nos falam, contudo poucos entendem a vida diante dos números uma vez
que a matemática foi colocada como “vilã” de nosso sistema educacional. As
metas trilhadas muitas vezes intimidam os profissionais de educação.
Mentes insanas em
corpos aprisionados a aparelhos de celulares ou fones de ouvidos para se ouvir musiquinhas
repetitivas. Joguinhos em grupos clandestinos nos deep web. E seguimos em
nossos dias letivos vazios de debate e reflexão. Mais uma vez a saída tem que
nascer na Educação com uma gestão do Ministério de Educação que coordene as
redes municipais e estaduais de ensino em profundo diálogo com o Ministério da
Saúde. Fala-se muito na necessidade de levar psicólogos para as escolas e nada
se faz referência em começar por levar as escolas para conhecer o espaço público
da cidade a partir de seus bairros. Passeios pedagógicos são necessários com
maior frequência e como parte da carga horária do ano letivo. Ou seja, usar
melhor a verba da educação com educadores e alunos em salas de cinema, em
teatros, em apresentações musicais, etc., pois agora temos o Ministério da
Cultura que voltou. Uma sugestão para a nova abordagem para o Novo Ensino Médio
e para as redes municipais de educação que custariam menos que a militarização
do ambiente escolar.
Muito bom! Uma análise perfeita .
ResponderExcluirParabéns xará pelo sua visão da conjuntura educacional, concordo plenamente com a sua visão de " projetos" de educação. Infelizmente, as desigualdades é uma realidade. Sofre com a falta de investimento na escola aqueles que os Governos só " procura" na época de eleição.
ResponderExcluirConcordo plenamente. 👏🏼👏🏼
ResponderExcluirParabéns pela visão profunda do atual cenário da Educação no nosso país
ResponderExcluirMuito bom como sempre
ResponderExcluirÓtimo!
ResponderExcluirAbordou todos os pontos e joga na nossa cara uma saída.
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirParabéns!
Perfeito texto.
ResponderExcluirEstamos sempre vivendo um momento histórico. Não há um grande evento na história das multidões que não gere inúmeros traumas que podem abalar com a psique dos indivíduos.
ResponderExcluirÓtimo. Complexo de assimilar essa tormenta sufocante do sistema e do avanço intencional da reprodução e programação da idiotice coletiva.
ResponderExcluirMuito triste nossa realidade atual 😢
ResponderExcluirEnquanto a gente seguir buscando fora a solução que está dentro de cada um de nós, vamos continuar doentes e adoecendo o mundo à nossa volta.
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