sexta-feira, 23 de outubro de 2020

MEMÓRIAS POSTUMAS DO CIDADÃO CARIOCA - 5

 

 

Razão e Maluquice

Por João Sem Regras

 

Já temos muitos leitores a reclamar se essas memórias estão sendo escritas em que tempo terreno. Mas eis que lembro a todos que aonde me encontro nada há como medir o passar do tempo. Aliás, o que seria o tempo nesses dias. Outros se questionam sobre em que lugar se passa as minhas lembranças. Seria mais interessante que cada leitor pudesse imaginar o quanto tudo nesse infinito universo está relacionado por mais que haja esses diplomatas antiglobalistas a discursar suas maluquices.

Já o leitor mais atento e fiel as leituras dos depoimentos anteriores do quanto me esforço em não expor muitos outros personagens. Todavia eles existem ou existiram. Há um labirinto nas informações para aqueles que precisam estar preparado para esse “reality show” narrado dessa zona sombria. Aliás, muitos vivem na zona sombria sem ter uma noção do quanto eles existem.

Estávamos muito bem a pensar na volta de uma Razão a habitar os corações no mundo terreno. Uma ilusão que foi se deixando passar aos poucos. Eu poderia dizer que o mundo do carioca seria o suburbano universal. Nessa minha tentativa de ser um pouco antropólogo desse cotidiano que ficou sombrio nos tempos de um determinado Prefeito. Mas a astúcia de seguir o “atalho” do nacional foi a moeda de César em sua vida política. A Sandice nunca sai desse meu Rio de Janeiro com as constantes maluquices desses mascarados que ornamentam seus rostos sem propagar o amor nos discursos políticos.

Tempos em que a Razão poderia se impor na vida carioca, porém muitos se silenciam no esclarecimento das alternativas. Sem a força de uma opinião a loucura alimenta o fogo do ressentimento das camadas médias. Desse segmento que se diz conhecedor das letras sem ter condições de ler mais que os caracteres de um Twitter. Dessa geração de ativistas que cancelam quase tudo, pois a opinião está sufocada por uma nova Inquisição. Antes os debates seriam para buscar pontos de convergência. Vivi nos tempos em que cresciam as tretas. E eu falando do Twitter por onde alguns poucos de meus leitores divulgam essas linhas. Seriam elas lidas até o final?

Antes que busquem a impugnação de minhas palavras, espero que todos assumam o compromisso de pensar mais na sua cidade que sempre esteve doente e ainda mais com diversas doenças. Agora, pensemos nas casas vazias enquanto há pessoas sufocadas no pagamento de aluguel. Pensemos nos moradores de rua e nos espaços públicos vazios. Imaginemos o quanto a moradia é uma palavra curiosa no dia a dia. Reformas seriam possíveis nos Centros das cidades que poderiam animar outros centros. Eis aqui um pouco do que uma vez li num certo livro. Não me recordo ao autor. Nem sei se valerá a recordação. Mas estaria em Construir e Habitar se não me falha a memória.

Se me serviria o consolo em saber que até o Papa é ouvido, mas muito pouco é levado em consideração até pelos católicos. Desconfio que sim. Fico aqui remoendo essas linhas como a reclamar por um pouco mais de uso da Razão. Pois ela alimentaria um caminho mais sensato para o carioca pudesse resgatar seu espaço público. Falta Rex Pública numa cidade que se deixou ficar dividida em “pequenos feudos”. Um encontro entre Alberto Passos Guimarães e Nestor Duarte na sociologia da política carioca. Agora, tenho certeza que do mundo de Star Wars virão reclamações dessa minha referência ao agrarismo na política brasileira, porém me esforço a render homenagem ao grande Raimundo Santos que foi Professor e teve o nome como personagem de um romance de José Saramago. Antes que fiquem desesperados na leitura, estou fazer referência a História do Cerco de Lisboa.

Na nossa política carioca, há muito distúrbio que nessa peregrinação nos testemunhos das eleições que deveriam servir para pensar melhor a cidade como base de uma cidadania. Meu cérebro constantemente em rodopios, pois nem sei se estou a escrever a leitores fidelizados ou a outros que caíram aqui por uma curiosidade em clicar um link. Enfim, se até aqui você chegou, eu lhe atribuo muita força de vontade em fazer algo diferente de se deixar levar pelo consenso de um “partido de juízes” que levaram uma cidade sem juízo as portas do Juízo Final. Já se passaram os anos de minha juventude em que adorava dizer que seria delegado em algum encontro político. Ser delegado era por alguns dias. Todavia, uma cidade é administrada pela arte de representar uma política.

Há uma amável peregrinação que sugere que o terror ainda não passou na cidade dos golfinhos. A maluquice está em cada cantinho das redes sociais. Estamos assustados com os excessos de buscas por experiências sem ler compromissos programáticos. E os formadores de opinião parecem mais como os mágicos em meio ao Circo Místico em que todos sabem muito bem quem é o palhaço diante de uma Live numa quinta-feira qualquer.

E, escrevendo isto, travou-me a sensação de que a fábula da corrida entre o “coelho e a tartaruga” ainda não foi compreendida por alguns políticos. A maluquice pode muito bem expulsar a razão pelo grunhido de zangas daqueles que precisam deixar de falar da vida urbana. Deixemos ao leitor um momento para reflexão e que tenha consideração em se fazer pensar o Rio de Janeiro. Ainda a tempo de fazermos algo racional.

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