terça-feira, 7 de abril de 2020

A POLÍTICA FORA DA QUARENTENA - NÚMERO 2

 
 
A AUSÊNCIA DO ATOR POLÍTICO NA VELOCIDADE DOS FATOS
 
Por Vagner Gomes de Souza
 
 
Foi uma segunda feira típica de uma sociedade civil que está em "quarentena" e alimenta uma tradição do sebastianismo português. A destruição dos partidos políticos pela Operação Lava Jato não tirou de cena a vida política, porém a antipolítica não criou uma geração disposta a fazer uso da direção da providência. Assim, o mundo do medo alimentado pelo pensamento centralizador do pensador Thomas Hobbes ganhou uma grande ressonância aos herdeiros das eleições de 2018 o qual o medo era viramos uma Venezuela ou uma Cuba. A triste situação da saúde pública fez do medo da sociedade "aquartelada" algo mais visível.
 
Entretanto, de uma "medo" para outro "medo" eis as narrativas políticas em voga nesse momento quando os números de desemprego começam a subir em exponencial. Onde foram parar as forças inovadoras do aprofundamento do liberalismo. Locke é hoje se esconde em um processo sem atores políticos. O fortalecimento do Estado de Bem Estar Social se faz sem um programa ou sinceras convicções diante de grupos políticos alheios ao debate democrático.
 
Isso é tudo resultado dos fatos políticos que se avolumam sem que a política encontre uma linha política que lhe ofereça a "virtú". Na ausência do Ator Político, a religião e as forças armadas ganham espaço no cenário da conjuntura. De uma lado a convocação de um Jejum Nacional alimenta uma base de ressentidos. De outro lado, a raiz do positivismo estaria se refundando nas forças armadas. Onde se encontra o centro político? A falta de uma resposta para essa pergunta impõe o quanto a velocidade dos fatos poderiam levar as instituições democráticas para uma fratura.
 
Há um falso dilema que uma militância de esquerda se impôs para não observar que o problema principal é a economia. Trata-se de pensar no Impeachment ou mobilizar pela renúncia. Como fazer mobilização sem o povo ocupar as ruas. A Esquerda não é a Live de Jorge e  Mateus para mobilizar segmentos plurais. Portanto, fazer política impõe analisar a ação e o tempo. A paciência é muito importante nesse momento de "quarentena" pois a democracia atravessa um momento de grande teste. Sair da principal preocupação da população só alimenta a polarização. Tudo em seu tempo e com uma ampla mesa de negociação.
 
Diante do exposto, não podemos nos silenciar diante da sanha do sistema financeiro em lucrar com a crise da Pandemia. Esse é o ponto a ser denunciado diante das posturas do Ministro da Economia Paulo Guedes que nunca ocupou aquela cadeira para atender a classe trabalhadora seja formal ou informal. Um funcionário dos Grandes Bancos no Governo Federal que deveria ter sua permanência questionada. Diante de sua paralisia, resta ao Congresso Nacional formar um Programa de Reestruturação da Economia que deve ir além da aprovação da PEC do "Orçamento de Guerra". Mesmo que os atores políticos ainda estejam ausentes, na precisão, os "sapos" pularão da planície.
 
 
(NOTA: não deixe de ler o artigo anterior e de compartilhar esse!!!)

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