O Editor do BLOG VOTO
POSITIVO conhece o entrevistado abaixo há quase 30 anos. Foi o sentimento de
fazer avançar a política democrática consagrada na Carta Constitucional de 1988
que reforçou nossos laços. Seu gosto pela leitura e sua capacidade de análise
de conjuntura sempre nos admirou. E assim... O tempo foi passando com Ricardo Marinho
ganhando espaço no mundo acadêmico. Professor de História na UNIGRANRIO. Mestre
pelo “antigo” IUPERJ. Doutorou-se pelo CPDA – UFRRJ. Em 2013/2014 fez
Pós-Doutorado na UERJ.
Na entrevista abaixo
ele nos fala um pouco sobre a conjuntura política brasileira após o julgamento
de Lula em 24 de janeiro.
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1) Em relação ao
julgamento em segunda instância do ex-Presidente Lula, qual dinâmica ganharia
as eleições presidenciais?
Ricardo Marinho - A
candidatura que souber abraçar o anseio socialdemocrata clássico que pulsa e
vibra na sociedade.
2) Se a Lei da Ficha
Limpa (assinada na gestão de Lula) impedir a candidatura petista, você
considera que as eleições de 2018 seriam uma farsa?
Ricardo Marinho - Está
claro que nenhuma força politica trabalha com a ideia de que as eleições de
2018 serão uma farsa quiçá o contrario. O PT é um partido legal e que poderá
disputar as eleições como todas as demais agremiações que assim desejarem.
3) Como o Senhor avalia
a possibilidade do ex-Presidente Lula lançar uma segunda Carta ao Povo
Brasileiro? O Lula, ao contrário do PT, estaria acenando para o centro
político?
Ricardo Marinho - Qualquer
que seja a carta que o ex-presidente ou qualquer outro que deseje ser
presidente venha a apresentar a sociedade o seu teor precisa contemplar o
anseio socialdemocrata clamado por ela desde 2013. Tanto o ex-presidente ou qualquer
outro que deseje ser presidente sabe que o centro politico é uma realidade e
sua vertente democrática precisa estar presente no bom governo democrático tão
aguardado pela sociedade como resultado de 2018.
4) Em que medida as
eleições presidenciais vão influenciar nas alianças majoritárias no Rio de
Janeiro? Qual seria o palanque preferencial de Lula no Estado do Rio de
Janeiro?
Ricardo Marinho - O Rio
de Janeiro passa por uma crise que em grande medida é sentida por todo o
Brasil. A sociedade acompanha avida que as forças politicas do Estado saibam se
comportar diante do desafio que se apresenta para todos e ela também comunga do
sentido socialdemocrata que já mencionei. Se o ex-presidente for candidato o
palanque deve ser representativo desse caminho.
5) O PMDB fluminense é
um bom aliado para as próximas eleições estaduais? Qual força política poderá
emergir no estado do Rio de Janeiro nas próximas eleições?
Ricardo Marinho - O MDB
possui em seus quadros políticos que não se macularam com o que a cúpula
hegemônica dessa agremiação acabou por fazer ao colaborar para a crise que nos
assola. Dessa forma, as forças do MDB que lutaram contra essa cúpula e que se
colocarem no campo moral e intelectual do clamor da socialdemocracia do povo
poderá vir a colaborar com as demais forças politicas, emergentes ou não, que
desejam representar esse sentimento.
6) O Senhor avalia a
possibilidade de uma composição na eleição majoritária do Rio de Janeiro entre
o ex-Prefeitos Eduardo Paes e César Maia?
Ricardo Marinho - Tanto
os ex-prefeitos do Rio de Janeiro como as demais forças politicas precisam ter
a clareza de que o melhor caminho é aquele que mostre a sociedade à unidade
necessária diante da crise que nos assola e isso está em sintonia com o sentido
socialdemocrata do povo.
7) O Senhor avalia que
o Deputado Jair Bolsonaro será o “grande eleitor” nas eleições do Rio de
Janeiro?
Ricardo Marinho - O
deputado citado foi expressivamente eleito nas eleições de 2014. Para o momento
segue sendo um personagem importante para os seus eleitores. Mas para ser o
ator que o nosso tempo precisa demandara dele um caminho inverso ao que tem
feito até o momento.
8) Qual o balanço que o
Senhor faz do primeiro ano do mandato do atual Prefeito do Rio de Janeiro?
Ricardo Marinho - Esse
primeiro ano dos prefeitos eleitos em 2016 foi muito difícil uma vez que a
crise se acentuou sobremaneira em 2017. De qualquer forma, uma coisa é possível
se dizer: o prefeito ainda não se encontrou com a alma do carioca e talvez
nunca venha a fazê-lo. Como 2018 que se inicia será tão ou mais difícil que o
ano findado devemos seguir acompanhando os passos do mandatário e ver como ele
se posiciona diante de suas próprias promessas de campanha que até o momento
não foram cumpridas.
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