Zona 122-RJ - Decifra-me ou te devoro!!!
VOTO POSITIVO escolheu a Zona Eleitoral 122 no Município do Rio de Janeiro para fazer alguns comentários sobre o resultado do Primeiro Turno de 2010. O critério para a escolha foi o fato de ser nessa Zona Eleitoral (ZE a partir de agora) em que se concentrou a maior parcela da votação de Vagner Gomes a Deputado Federal. Nela, a campanha do EDUCAR PARA AMPLIAR A DEMOCRACIA-VOTO POSITIVO ficou em 83º lugar com 65 VOTOS (12º lugar se considerarmos os candidatos da Coligação O Rio de Janeiro Pode Mais – PSDB-DEM-PPS).
A ZE 122 abrange Campo Grande, Santíssimo e Senador Vasconcelos. Totaliza 65 mil eleitores inscritos e teve 14% de abstenção aproximadamente. Nas eleições majoritárias para a Presidência da República, esse foi o resultado dos 3 (três) principais candidatos em votos válidos:
DILMA ROUSSEFF 45,20 %
MARINA DA SILVA 34,55 %
JOSÉ SERRA 17,73 %
A votação do candidato da coligação O BRASIL PODE MAIS (PSDB-DEM-PPS) ficou na metade da candidata do PV, o que refletiu no baixo desempenho das candidaturas proporcionais dos partidos coligados de oposição na ZE. Somente o Presidente Nacional do DEM ficou entre os 10 candidatos a Deputado Federal mais votados que foram:
PR- GAROTINHO 7,60 %
PTdoB - JOSE DE AZEVEDO 5,41 %
DEM- RODRIGO MAIA 3,36 %
PMDB - EDUARDO CUNHA 3,19%
PCdoB - JANDIRA FEGHALI 2,96%
PSC- FILIPE PEREIRA 2,94 %
PMDB - RODRIGO BETHLEM 2,90%
PMDB - PEDRO PAULO 2,79 %
PSOL - FRANCISCO ALENCAR 2,70%
PRB - VITOR PAULO 2,67%
Uma comparação com o resultado eleitoral nas eleições de 2006 delimita alguns elementos de continuidade na tendência eleitoral nessa ZE que pode ser uma hipótese para todo o eleitorado do Bairro de Campo Grande. Observamos:
1) a presença dos candidatos vinculados a máquina pública do município. Em 2006, Indio da Costa, Solange Amaral e Ayrton Xerez representavam a máquina municipal do DEM. Nessas eleições há os representantes Rodrigo Bethlem e Pedro Paulo que representariam o situacionismo municipal do PMDB;
2) a votação expressiva de candidatos vinculados ao discurso da centro-direita religiosa. Em 2006, Eduardo Cunha (PMDB), Vinicius de Carvalho (PTdoB) e Manoel Ferreira (PTB e hoje no PR sem se candidatar a reeleição). Nessas eleições, Eduardo Cunha é reeleito com uma propaganda crítica ao PNDH-3, apesar de ser contado como governista pela imprensa, Felipe Pereira e Vitor Paulo melhor representam essa tendência;
3) a presença de uma candidatura vinculada ao “assistencialismo bairrista”. Em 2006, foi Almir Rangel (PSC). Nessas eleições, o destaque foi José de Azevedo (PTdoB) sem esquecer a significativa votação de Marcelo Gregory (PRTB) que ocupa o 11º lugar.
Tanto em 2006 quanto em 2010 a tendência do eleitorado predominante fez emplacar o “campeão” de votos na ZE. Assim, a tendência da máquina municipal conferiu a Rodrigo Maia o primeiro lugar em 2006 a medida que a tendência da votação religiosa fez Garotinho ocupar essa colocação nessas eleições. Talvez a variável seria a votação de Jandira Feghalli (PCdoB) e Chico Alencar (PSOL) entre os 10 mais votados, porém, para além de classificarmos a ZE122 como a “Zona Vermelha” de Campo Grande, chamamos a atenção que os dois foram candidatos nas eleições municipais de 2008. Jandira teria se beneficiado disso e do fato de ter feito acolher votos de candidaturas de seu perfil eleitoral uma vez que Carlos Santana (PT), Edson Santos (PT) e Edmilson Valentim (PCdoB) tiveram sua votação reduzida a metade comparada com 2006. Por sua vez, Chico Alencar (PSOL) aparentemente herdou os votos que Gabeira teve em 2006 uma vez que desde 2002 seu eleitorado esteve na faixa de 600 eleitores na ZE122 e foi acrescido em mais 600 votos que se assemelham a votação do candidato derrotado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. Na estranha racionalidade do eleitor não há contradição em votar no PV aliado ao DEM para o Governo Estadual e num candidato do PSOL para Deputado Federal, pois se trata de uma identidade eleitoral mais “ética” do que de esquerda.
Diante dessa rápida radiografia eleitoral da ZE 122, há a confirmação de velhas tendências do eleitorado de toda Zona Oeste que se expressa na votação maciça em 3 (três) máquinas: a municipal, a religiosa e a assistencialista local. Uma candidatura do campo democrático é viável nessa região, pois se concentra quase 25% de votos na chamada esquerda, porém é necessário ganhar visibilidade ou esses votos ficam pulverizados em diversas candidaturas sem garantir uma vitória eleitoral. Uma organicidade da sociedade nessa localidade poderia formar essa ponte contra a fragmentação dos votos do campo democrático. Mais uma vez, numa política de frente, as organizações religiosas podem ser uma vertente para essa reforma moral e intelectual.
esse é meu modo de pensa .
ResponderExcluirPow fessor,realmente existe em alguns pontos da zona oeste o chamado BAIRRISMO,pois existem muitos pontos específicos q são característicos de cada curral eleitoral, por exemplo fessor se não me engano na parte de santa cruz,cosmos,sepetiba há por exemplo o maior número de votos na LUCINHA pois mesmo fora da época de eleições,ela faz o "assistencialismo social", é comum as pessoas se "identificarem" com determinados candidaos seja por que fazem parte da mesma religião ou seja por ter tido assistência de um deles, por exemplo o jorge babu ele fazia enterros das pessoas q naum tinham como bancar um, e ao meu ver isso não era errado, pois há uma carência financeira de boa parte de pessoas na zona oeste,a única parte da zona oeste que é "bem sucessedida" chamemos assim é a BARRA DA TIJUCA onde moram a maioria dos candidatos eleitos,re-eleitos ou q foram eleitos algum dia pois esses mesmos citados acima buscam recursos para lá,enfim para não perder o fio da meada,o jorge babu pode ter os defeitos dele mas era assistencialista ao povo carente, e qd chega época de eleição os "candidatos monstros" começam a deturpar a imagem desses candidatos daqui, buscando obter os votos que antes seriam desses candidatos assistencilistas,enfim o que quero dizer é que o povo da Z.O. deve ser mais crítico do ponto de vista eleitoral e passar a eleger os candidatos que fazem por onde mesmo não sendo épocas de eleições e parar de votar em candidatos que só se conhece de orelha,aqueles que são da zona zul ou mesmo parte financeiramente boa da Z.O. (barra da tijuca)e passar a eleger os candidatos de seus bairros ou bairros vizinhos mas que se sabe que vai fazer mais ainda pelo seu bairro...fica ae a minha opinião.
ResponderExcluirTotalmente estratégico e inteligente, já que as disputas se dão entre o campo popular,também porque sua base se encontra ali.
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